QUI finta Mariana pineda A Barraca
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Mariana pineda
Escolhemos para celebrar Garcia Lorca e a Abolição da Pena de Morte a peça Mariana Pineda baseada na vida e lenda de Mariana Pineda Mufioz. Em toda a União Europeia Mariana Pineda é ban deira de Liberdade. Figura destacada da resistência liberal à tira nia de Fernando VII na Espanha do séc. XIX. Levada ao garrote a 26 de Maio de 1831, ficou esse dia assinalado como símbolo da luta pela liberdade das mulheres e igualdade de género.
O espectáculo de Garcia Lorca estreou-se em 1927 exactamente há 90 anos. Escrita pelo poeta entre 1923 e 1925, a obra teve a
sua primeira montagem dirigida pelo autor, com cenário de Salvador Dali, sendo a protagonista a grande actriz catalã, intérprete maior de Lorca, Margarita Xirgu, ambos amigos pessoais de Lorca e colaboradores da Companhia La Barraca. O Autor evitou o tratamento político da protagonista, fazendo dela uma personagem romântica, uma amorosa de profundo recorte ético.
Garcia Lorca quis criar uma heroína da Liberdade em tempo de opressão. Mas vestiu o texto político com uma história de amor. Amor que se ergue contra o abuso do homem sobre a vontade da mulher, amor à Liberdade que prefere a morte a ceder à prepotência. A Guerra Civil de Espanha e o assassinato de Federico Garcia Lorca fizeram com que Margarita Xirgú actriz preferida de Federico se exilasse na América Latina onde apre sentou o seu trabalho em Cuba, Argentina, México, Chile e Uruguai. É neste país que a actriz fixa residência, cria uma escola de Teatro que vem a ter o seu nome. É nesse pais que representa Mariana Pineda até ao fim dos seus dias. Sem nunca mais ter voltado a Espanha.
A peça foi proibida na Espanha de Franco e no Portugal de Salazar e Caetano. Não tendo sido montada durante os quarenta anos que se seguiram à sua estreia. Só no ano de 196 7 Mariana Pineda voltou ao palco com Maria Dolores Pradera na protagonista, no Teatro Marquina de Madrid. Em Portugal só em 1975 foi levada a cena pelo Teatro Hoje sob a direcção de Fiama Hasse Pais Brandão. Não voltando a ser representada até hoje.
A Barraca ao criar este espectáculo está a focar duplamente o tema da Pena de Morte uma vez que a sua heroína foi condenada ao garrote vil por Fernando VII e o seu autor foi assassinado pela tropa franquista no início da Guerra Civil de Espanha.
Juntamo-nos assim à Câmara Municipal de Lisboa para comemorar os 150 anos da Abolição em Portugal dessa funesta prática e valorizando o histórico contributo do nosso País para esse Acto Inaugural da mudança do papel do homem no mundo, seus direitos e deveres.
MARIA DO CÉU GUERRA
PREÇO: 6€ / Associado: 4€ / Descontos: 5€ / Desempregado: 2€ / Bilhete família disponível
Caderneta Finta: 20€ / Associado: 15€
Ficha técnica e artística
Texto de Frederico Garcia Lorca
Encenação Maria do Céu guerra
Assistente de encenação Rita soares
Tradução Miguel Martins
Interpretação: Rita Lello, João Maria Pinto, Adérito Lopes, Adriana Queiroz, Mariana Abrunheiro, Paula Guedes, Rúben Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Sónia Barradas, Carolina Medeiros, Cláudio Castro e Henriques Abrantes
Cenografia Miguel Figueiredo
Figurinos Maria do Céu Guerra
Costureira Alda Cabrita
Música original Pato
Técnicos de Luz Paulo Vargues, Fernando Belo
Técnico de Som Ricardo Santos
Vídeo Paulo Vargues
Mestre Carpinteiro Mário Dias
Design gráfico e Cartaz Arnaldo Costeira
Imagem de Cartaz Mimi Tavares
Fotografia Ricardo Rodrigues
Relações Públicas e Produção Inês Costa, Paula Coelho e Rita Soares